Conversinha com Fabiano Moreira

Fabiano Moreira, 33 anos, paulistano criado em e com alma de Minas e há três anos no Rio. Ex-fanzineiro, já blogou antes e é jornalista desde 1997. Atua como assessor de imprensa de moda e colabora com os sites VogueRG e Mix Brasil. Depois de oito anos em redação de jornal, onde passou pelas editorias de cidade, economia e cultura, ganhando dois prêmios nacionais de jornalismo, na área de meio ambiente, produziu festa, a Electroboogie, e logo cansou – de fazer festa, nunca de escrever.

Por e-mail puxei um assunto com o querido:

Oie! Adoro o seu blog, leio todo dia. Ele me passa um clima jornalístico. Acho bem compreensível, afinal você é jornalista! Postar virou vício? Que tipo de notícia vira post?
Tive um blog, no início dos anos 00, meio em clima de diário, como era na época, mas já tinha um embrião dessa coisa fui na festa, gostei, não gostei, quem estava lá, que depois levei para o Mix Brasil. Mas não tinha compromisso com a notícia em primeira mão, como agora, afinado com a nova onda blogueira, quando os blogs estão furando os jornais e sites estabelecidos. Postar é um vício, sim, mas, atrás deste formato, tem muita quebração de post. Está me dando muito prazer fazer. Jornalista gosta de publicar, né? O que vira notícia? Coisas que eu gosto, programas que vou realmente fazer. Não vou mandar meus sete leitores se meterem em roubada, né? Um lado meio Exupery meu. Mas acho que o grande diferencial mesmo é o tratamento da informação, privilegiando dados.

E as promos como funcionam? As escolhas são aleatórias?
A primeira foi dificílima, hermética, custaram a responder. Fui vendo que o melhor era fazer perguntas fáceis mesmo. Ficou mais para quem ver primeiro, sabe? Não é bacana ganhar um ingresso para aquela festa ou show que você quer muito ir e, ainda, levar um amigo? Os convites e os brindes estão vindo de festas amigas e parceiros. Tomara que tenhamos mais. Um amigo me disse que muita gente não participa com medo de assumir que não é vip nas festas. Estamos rindo bastante com a hipótese, risos.

Que tipo de assunto não te seduz ou interessa?
Esportes. Sou um nerd que odeia esportes. Nada contra esportistas, que fique bem claro.

Você trabalha na TNT do meu querido amigo Toni Oliveira e da também super querida Thereza Duarte. O que você faz lá? E conta um pouco o que faz uma assessoria de estilo:
Eu atendo nove clientes, a maioria de moda, além de ser coordenador de redação. Redijo e envio sugestões para a imprensa, atendo às solicitações de jornalistas. Ajudo a organizar a redação e edito uma parte da produção editorial. Aproveitamos os espaços disponíveis na imprensa. Também existe um setor de produção e figurino que insere peças em editoriais, novelas, colunas de produtos, e uma nova frente, que é um serviço de produção de moda para catálogos e editoriais. Eles são muito profissionais e queridos no mercado brasileiro, e só tenho aprendido, é uma aula diária de elegância e networking. E foi muito interessante pra mim mudar de lado, depois de oito anos de redação, recebendo as sugestões de assessorias. Sem contar que eu trabalhei muito tempo com hard news, e moda é uma delícia.

Certa vez você me disse que lê 500 blogs e 12 jornais diariamente, fora sites, revistas e quetais! A sua atualização vem desses veículos?
Sim, e também de muitos amigos viciados em informação e tendências. A troca é que tempera.

De tudo que lê o que pode dividir com a gente?
Tem um blog roll no meu blog gigantesco. A maioria dos bons sites brasileiros está ali. Tem uma parte que não revelo nem sob tortura, são estratégicos e só passo pra quem libera o ouro também, risos.

Assiste muita TV quando está em casa? Se assistir, vê o que?
Eu assistia a muita TV. Um amigo me disse que eu ficava mais hipnotizado do que prestando atenção. Tenho trocado pela leitura, por estar com os amigos e pelo não fazer nada, que é muito importante. Desfragmenta o HD.

O que é notícia hoje no Rio?
Recomendo o blog, hein! Tirando a brincadeira, faria um top 5: Lenny Niemeyer, que tem um poder de mobilizar a mídia sem igual, os meninos da Moo, José Camarano, Alexandre Ostrovsky e a coluna do Bruno Astuto. Ele tem todas as fontes, né? Aqui na Gema batemos palma. Vai subir um vídeo bombástico dele no site, dando entrevista pro Léo Muqui de caftã. Preparem-se.

Você é de Minas, né? Mas já ta bem carioca...Que tipo de programa você sugere pra quem vem pro Rio?
Você jura que me acha carioca? O André Garça, uma vez, escreveu no Cena que eu sou uma clássica figura da noite carioca, e eu tomei um choque. Estou aqui há três anos e ainda me acho extremamente mineiro. Odeio praia e mantenho um approach bem mineiro no trato com as pessoas, amigos e contatos de trabalho. Mas uma coisa eu peguei do carioca: dizer que vou ligar e não ligo, que vou passar lá e não passo. Aprendi direitinho, risos. Aonde ir? Palaphita pra ver a Lagoa (as mães adoram), Club 69 nas sextas-feiras, Moos, Santa Thereza pela feijoada e pelo clima mineiro com vista prom mar. Posto 9, porque eu odeio praia, mas quando vou, caio de amores. Confesso que eu sou tão nerd que ainda preciso conhecer mais o Rio. O blog tem esta função também, me tirar da leitura e me colocar na rua. Quando a chuva passar, vou começar um quadro de pontos turísticos.

Animado pra Discoland sábado no Scala? Curte essa onda Disco? O que tem ouvido?
Super. Muitas atrações bacanas numa mesma noite, né? E já tenho uma pauta pronta pra fazer. Adoro essa onda disco, estas releituras, misturas. Confesso que sou bem eclético para música e, antes de mais nada, consumo muito Beatles e Mutantes, que são duas matrizes pra mim. Adoro um samba, por exemplo, Jazz. Rock. Até arranho uma guitarrinha e um baixo. A música eletrônica perdeu um pouco da importância que já teve na minha vida, estou nesta desde o começo dos anos 90, promovi duas festas e, agora, ando gostando de variar. Mas ainda ouço bastante e, no meu MySpace, tem algumas coisas que ando adorando ouvir, como David E. Sugar, Sebastian, Larry Tee sempre tem novidade, Crystal Castles, Feadz, Mickey Moonlight, My toys like me, Kitsune, Phonique, Richie Hawtin, Nego Moçambique, Ba$$ Comando, Jesse Rose, Hot Chip, Database, ai, muitos. Também ouço muitos sets feitos por DJs, cofesso que adoro que eles façam a pesquisa.

Fabiano, foi ótimo, adorei você por aqui. Super obrigado.

Foto: Arquivo pessoal.