Por onde anda?

Me pergunto várias vezes ao dia: Por onde anda a boa e velha educação?

Já reparou como as pessoas estão cada dia mais mal educadas?
Pronunciar as palavrinhas mágicas obrigado, por favor, dá licença, desculpe, entre outras é coisa do outro mundo. Tipo palavrão na creche. Como se usar estas palavras fosse sinal de fraqueza, menos valia, falta de poder, ou qualquer outra loucura semelhante.
Nas mínimas coisas você percebe o jeca que habita aquele ser sem educação.
Tenho uma lista de exemplos, mas seria demais tomar o seu tempo com tanta rabugice.

Posso citar alguns e para isso é necessário um sotaque de Renata Sorrah em Nãnãnão Pódiii para estas coisinhas que vou listar agora:

1) Falar no Nextel com o rádio aberto e no volume máximo: Nãnãnão pódiii.
A dica é a mais besta: use o disposito desligado no viva-voz, fale seus assuntos apenas com o seu interlocutor. O resto da humanidade está cagando para o seu assunto.
2) Ainda sobre Nextel, chamar a pessoa que você quer falar disparando o alerta: Nãnãnão pódiii.
Faz assim, dá um toque. A pessoa demorou para responder, dá outro toque, e assim por diante. Alguma hora ela atende. Se for mega urgente tipo uma necessidade imperiosa, vá lá, dispara o alerta. A única desculpa perdoável é para aqueles que privam da sua total intimidade, como namorado, amigos muito próximos ou familiares. De resto, vai no toque a campainha step by step.
3) Entregar suas contas do mês na mão de um véio só para evitar filas: Nãnãnão pódiii.
Assuma suas coisas e encare a fila ou faça débito automático.
4) Impor a sua vontade de revesar aquele aparelho na academia que já está sendo usado por outro coleguinha sem pedir por favor: Nãnãnão pódiii.
Além do por favor, com um sorriso no rosto de preferência, um belo obrigado no final não custa nada.
5) Andar embaixo da marquise de guarda-chuva em dia de chuva: Nãnãnão pódiii.
Se joga e pula as poças, já diz o ditado que "quem tá na chuva é prá se molhar".
6) Largar a caca do seu cão na calçada: Nãnãnão pódiii.
Já ouviu falar em saquinho coletor? Arrasa na pet com esse pedido, tem de vários tipos, até biodegradável existe.
7) Encontrar algum cretino solto na rua e ele te perguntar com olhos doces e voz de fada: "Você tá bem?": Nãnãnão pódiii.
Isso não é pergunta. Tá mal elaborada. Imediatamente a pessoa que ouviu a pergunta se sente uma bosta, por mais auto-estima que ela tenha. De cara pensa, tô cagada.
8) Ainda da série cretinos soltos na rua. Quando te perguntam: "E aí, fazendo o que da vida?": Nãnãnão pódiii.
Isso também não é pergunta que se faça. Não tem nada para dizer, fica no olá que é mais fofo e passa batida.
9) Gente idosa que acha que pode tudo na sua frente: Nãnãnão pódiii.
Tá gagá, fica em casa. Foi prá rua? Se segura malandro.
10) Gatinha (o) na academia que te chama de senhor só porque você tem cabelos brancos: Nãnãnão pódiii.
Essa nem é bom comentar. Ou soltar aquela bem baiana, "Gata (o), senhor tá no céu!"
11) E o clássico da moeda de 01 centavo não existir para troco ou motorista de táxi que arredonda para cima toda e qualquer corrida: Nãnãnão pódiii.
O mínimo é perguntar se você se incomoda, né?
12) Gente que fala com você sem olhar no olho: Nãnãnão pódiii.
Encara o mundo fia, parou e falou não tema o indivíduo na sua frente. Olhos nos olhos, sempre.

Estas são algumas coisinhas que nos deparamos ao longo do dia.
O mais incrível de tudo, é perceber lá no fundo do olho daquela coisa que está na sua frente que ela acha que tá certa.
Como diria Marisa Monte naquela musiquinha, "Volte para o seu lar".

Bom, já me alonguei demais. Empolguei, eu diria.
Melhor parar por aqui.
Tempos de barbárie.

Se você lembrar de alguma outra cretinice deixa no cometário, por favor, vou abrir uma série do Nãnãnão Pódiii.

Obrigado.