Tenho uma trajetória profissional bem irriquieta. Parecida comigo. Me formei em Turismo pela Faculdade Helio Alonso (FACHA) nos anos 80. Era da primeira turma desse curso, saí bacharel. Não continuei na carreira, fiz um estágio em um Hotel e depois numa agência de viagens. A gota d'água foi essa agência, passava o dia inteiro emitindo bilhete rodoviário (!), uó. Desisti. Venho de uma família que tem um senso estético beeeem apurado. A minha mãe é uma mulher que mudava a arrumação da casa sempre. Era do tipo que quando a gente acordava a sala inteira estava mudada, ela fazia essa operação sozinha na madrugada sem fazer barulho ou acordar qualquer um, ela era insône nessa época. Logo depois de sair dessa agência de turismo fiquei amigo do Beto Carregal, um arquiteto. Nos projetos que ele fazia os clientes começaram com uma demanda de decoração, ele me chamou para fazer um teste. Fiz a minha primeira decoração ganhando por isso. Antes dava uns pitacos na casa dos amigos, por isso ele me chamou. Essa parceria rolou por anos, virou o meu trabalho. Em paralelo ao trabalho com o Beto resolvi estudar Decoração, gosto de ter base no que faço, odeio achismos. Fiz um curso na Associação Brasileira de Decoração. No meio do curso me convidaram para trabalhar em uma loja de revestimentos importados, Água Furtada. A loja era a mais babado do setor naquela época. O mailing era absurdo e a frequência idem, chá com socialite perde. Nesta loja conheci todos os arquitetos e decoradores do Rio. Dentre eles a Paola Ribeiro, decoradora que despontava na época e hoje é um hype. Nos adoramos e fui trabalhar com ela como assistente. O escritório era um fervo, mil projetos, clientes, loucura louca. Até para NY a gente ia comprar tecido, era pré-Collor. Depois me descolei e fui fazer carreira solo. Atendi clientes mega bacanas. Achava que essa era a minha vocação. Mas ainda não era. No fundo achava chato ter que lidar com a intimidade alheia, conviver com famílias por meses, e o pior, com os prazos e atrasos dos pintores, marceneiros, estofadores, drama. Nesse tempo fazia terapia, reclamava pencas disso tudo e alegava que no fundo eu era produtor, porque na maioria das vezes eu ficava para cima e para baixo entrando e saindo de lojas à procura de objetos, tecidos, luminárias e quetais. Quem fazia terapia nesse mesmo lugar que eu era o Fabinho Monteiro. Conhecia o Fabio de "olás" e de ir às festas, amigos em comum, enfim carioquices. A Cecília, sagaz terapeuta, fez a ponte entre a gente. O Fabio estava precisando de uma pessoa para cuidar da cenografia dele. Quando me vi estava no meio da Fundição Progresso colando alegorias de acetatato para a festa daquele dia, X-Demente de sábado de carnaval com o DJ Abel, anos 90. Nos demos bem, a história tomou proporções que jamais imaginei. Guinadas. Em duas festas eu era responsável por toda a produção e contratação. Começamos a fazer também eventos corporativos. Abrimos e inauguramos o Cine Ideal. Esse chase com a X durou até 2001. Foram muitas festas, muita coisa legal e chata rolou, mas aprendi tudo que sei de produção naquele momento. Época de ouro. Do Fábio fui morar em SP. Nunca tinha saído do Rio para morar fora. Porém, naquele momento era o melhor, assim eu achava. EM SP meu foco era trabalhar com corporativo, não queria saber de noite. Recebi mil convites para assinar noite em vários clubes. Resisti por seis meses até que o Ultralounge, Bob Yang e Cesar Semensato, me fizeram uma proposta bacana e assim criamos a Private que rolava todas as quintas. Foi um sucesso. Eu já conhecia bastante gente de SP por conta da X, mas com a Private passei a conhecer tantas outras pessoas incríveis que são meus amigos até hoje. Essa noite durou até 2004. Em paralelo fazia eventos corporativos através de agências de eventos, e assim vivia. Dentre as agências, a que mais coisas fiz e criei um vínculo foi o Banco de Eventos. Outra escola na minha vida. Nesse tempo eu já queria voltar para o Rio. Era tempo demais em SP, 04 anos, tava na hora de voltar para a terrinha. E foi o Banco de Eventos quem me acenou a possibilidade de volta com um convite para ser produtor da recém-inaugurada Rio 360 Comunicação, isso em 2005. Voltei para o Rio e trabalhei na Rio até agosto de 2007. Lá fui produtor, pré-produtor e por último atendimento/gerente de contas. Quando saí da Rio abri a minha empresa - agência de eventos, Marcelo Argento Produções Artísticas, a MAPA (nome batizado pelo Junior Serpa da Dois Design, que criou a comunicação da marca). De lá para cá 08 meses se passaram e o balanço é muito legal. Sou dono do meu nariz, as minhas responsabilidades aumentaram. Trabalho de casa, a disciplina também aumentou. Tenho feito trabalhos super legais, corporativos e sociais, festas, lançamentos, convenções, reuniões, ações. Quero me aposentar pela MAPA (http://www.marceloargento.com.br/)! Vamos trabalhar?
quinta-feira, 17 de abril de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário